Na prova do DETRAN é comum serem cobradas as seguintes situações e procedimentos:
Neste artigo vamos falar sobre cada uma delas.
As paradas cardíaca e respiratória são estudadas juntas porque a ocorrência de uma leva rapidamente à outra, exigindo ações para manter os batimentos cardíacos e respiração.
Esta é a situação de emergência mais perigosa que um socorrista pode enfrentar. O atendimento precoce, entre os primeiros 3 a 5 minutos do colapso, é fundamental.
Por isso, a rápida observação de seus sintomas é a chave para a sobrevivência da vítima.
Sintomas:
Ausência de pulsação e de batimentos cardíacos
Inconsciência
Respiração lenta ou ausente
Palidez excessiva
Pupilas dilatadas
Lábios, língua e unhas azuladas (cianose)
A reanimação cardiopulmonar (cardiorrespiratória) tem como objetivo restabelecer os batimentos cardíacos pelo menos até a chegada do socorro especializado.
O procedimento da reanimação cardiopulmonar também é chamado pela sigla “RCP”.
A compressão torácica (do tórax) é a base para a reanimação cardiopulmonar.
Veja os 10 passos para realizá-la:
Coloque a vítima em decúbito dorsal (deitada de costas) sobre uma superfície rígida, como o chão.
Localize o ponto de compressão, próximo ao esterno.
O esterno é o osso que temos no meio do peito. O ponto de compressão está cerca de 4 dedos acima do início do esterno, entre os mamilos.
Posicione-se em um ângulo de 90 graus (reto) sobre a vítima para que seu corpo faça o movimento para baixo.
Desloque aproximadamente 5 centímetros do tórax da vítima.
Faça no mínimo 100 compressões por minuto.
As manobras devem ser ininterruptas (contínuas).
Reveze com outro socorrista para evitar a fadiga (cansaço).
Reavalie a vítima a cada 2 minutos.
Persista com o procedimento até a chegada do socorro.
Siga os 10 passos normalmente, alterando apenas a base para a compressão. A força aplicada deve ser conforme o limite físico da idade da vítima.
Em vez das 2 mãos sobrepostas, use:
1 mão para crianças.
2 dedos para bebês (até 2 anos).
Para verificar se a vítima sofreu uma lesão na coluna, teste a capacidade de mobilidade e sensibilidade dos membros (pernas e braços) com estímulos físicos:
Com uma caneta ou outro objeto, cutuque a planta de cada um dos pés da vítima. Repita o teste realizado em cada uma das mãos.
Se ela sentir dor ou reagir movimentando a parte do corpo estimulada, significa que suas capacidades de sensibilidade e mobilidade estão preservadas.
Se ela não sentir nada ou não for capaz de movimentar, há forte indício de lesão na coluna.
A perda de movimento dos membros inferiores (pernas) indica que a lesão na coluna aconteceu embaixo, próxima à região lombar.
Se ela não estiver sentindo também os membros superiores (braços) é porque a lesão foi em uma região mais alta da coluna, na cervical.
A realização do teste serve para você tentar identificar a provável região da lesão para repassar a informação para o socorro especializado.
Outros sintomas a serem observados: deformidade na coluna (dorso), dores nas costas ou no pescoço e dormência nos membros.
Procedimentos:
Procure acalmar a vítima e mantê-la sem se movimentar.
Mantenha a vítima agasalhada.
Não dê nada para a vítima ingerir.
Se o acesso estiver fácil, imobilize a região cervical (pescoço) improvisando um colar cervical, por exemplo, com abas de boné.
É fundamental que o colar envolva a parte de trás e da frente do pescoço, como mostra a figura a seguir:
Hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de uma artéria, veia ou vaso sanguíneo.
Sintomas:
Hipotermia (baixa temperatura corporal).
Hipotensão (baixa pressão arterial).
Ânsia de sede.
Lembre-se: NUNCA dê líquidos (nem água) para a vítima, mesmo se ela estiver com sede.
Alguns tipos de hemorragia têm sintomas e procedimentos específicos, como destacado a seguir:
Tipo | Sintomas | Procedimentos |
---|---|---|
Hemorragia externa |
|
|
Hemorragia interna |
|
|
Hemorragia estomacal (hematêmese) |
|
|
Hemorragia pulmonar (hemoptise) |
|
|
Hemorragia nasal |
|
|
O estado de choque também é conhecido como choque hipovolêmico ou choque hemorrágico. Ou seja, o estado de choque ocorre em razão da perda de sangue.
É o estado de depressão do organismo em razão de falhas circulatórias decorrentes do baixo volume de sangue.
Sintomas:
Pele fria e pegajosa.
Sudorese (suor na palma das mãos e nos pés).
Pulso rápido e fraco.
Cianose (lábios e unhas azulados).
Palidez e expressão de ansiedade.
Calafrios e tremores.
Respiração irregular.
Procedimentos:
Identifique a causa do estado de choque e controle-a.
Afrouxe as roupas da vítima e mantenha a vítima ventilada.
Coloque-a deitada com os pés elevados cerca de 30 centímetros e a cabeça mais baixa que o corpo.
Monitore os sinais vitais, principalmente pulso e respiração.
Se a vítima estiver piorando rapidamente ou se o socorro profissional não for chegar a tempo, é recomendada a imobilização da vítima.
A fratura está entre as lesões mais comuns, por isso é importante saber como agir nessa situação.
Fratura é o rompimento parcial ou total do osso. Na prova de legislação do DETRAN são cobrados 2 tipos:
Fratura fechada
Fratura exposta
É uma fratura interna sem rompimento da pele. O osso pode ter sido rompido totalmente ou parcialmente, pode ter quebrado em mais de um ponto ou mesmo estar estilhaçado.
Sintomas:
Procedimentos:
Imobilize a região afetada com 2 talas de material rígido e prendendo pelo menos em 4 pontos (articulações antes e depois e também logo acima e abaixo da fratura).
Aplique gelo para amenizar a dor e inchaço.
Improvise uma tipoia para apoio do membro.
Não tente recolocar o membro lesionado na posição natural.
É quando a fratura perfura a pele e o osso fica exposto.
Sintomas:
Procedimentos:
Faça um curativo leve com pano limpo ou gaze sobre o ferimento.
Controle a hemorragia (se houve um rompimento de pele, certamente ocorrerá sangramento).
Controle os sinais vitais, pulso e respiração.
Imobilize a região afetada como no caso de fratura fechada, usando 2 talas presas em 4 pontos do membro fraturado.
Não tente recolocar o membro lesionado na posição natural.
Amputação é quando em um acidente um membro é removido (cortado) do corpo.
Procedimentos:
Proteja o ferimento e controle a hemorragia.
Envolva a parte amputada em panos limpos.
Coloque dentro de 2 sacos plásticos e dentro de um recipiente com gelo.
Leve a parte amputada junto com a vítima para o hospital.
JAMAIS coloque a parte amputada em contato direito com o gelo.
Queimaduras são lesões produzidas nos tecidos da pele que podem ser causadas por fogo, por produtos químicos, eletricidade (choque elétrico) ou por radiação do sol.
As queimaduras são classificadas em 3 graus:
Primeiro grau: atinge apenas a derme, a camada mais superficial da pele, provocando vermelhidão, mas sem formação de bolhas.
Segundo grau: além da vermelhidão, apresenta também bolhas. Ela atinge a derme e a epiderme.
Terceiro grau: atinge todas as camadas da pele e também tecidos musculares e nervosos, o que deixa a região da queimadura indolor.
A gravidade da queimadura é calculada considerando-se 4 aspectos:
O grau da queimadura.
A localização no corpo.
A idade da vítima.
Percentual da área atingida (conhecido pela sigla SCTQ = Superfície Corporal Total Queimada).
Alguns manuais de primeiros socorros adotam a sigla SCQ (Superfície Corporal Queimada) no lugar de SCTQ.
As queimaduras consideradas de alto risco são:
Terceiro grau com mais de 10% (por cento) de superfície corporal total queimada.
Primeiro e segundo grau com mais de 25% da superfície corporal total queimada.
Localizadas na face, nas vias respiratórias e nos genitais.
Em crianças e idosos.
Na tabela abaixo estão os procedimentos para socorro de vítimas com queimaduras, de acordo com a situação ou causa:
No geral, independente da causa, o procedimento para queimaduras é lavar a região com água corrente e abundante.
Situação | Procedimentos |
---|---|
Queimaduras térmicas (por fogo) |
|
Corpo em chamas |
|
Queimaduras por produtos químicos |
|
Queimadura nos olhos |
|
Queimadura por choque elétrico |
|
Queimadura por radiação do sol |
|
Como regra geral, feridas devem ser limpas com água e sabão e depois cobertas com curativo de gaze ou pano limpo. Alguns requerem cuidados especiais.
Veja como agir em cada tipo de ferimento:
Tipo | Procedimentos |
---|---|
Ferimentos leves |
|
Ferimentos profundos |
|
Objetos encravados no corpo |
|
As luxações e entorses (junto com as fraturas) estão entre as lesões mais recorrentes. Nas 3 situações a recomendação geral é a mesma: imobilizar a região.
A contusão é a lesão mais leve de todas. Acontece quando numa pancada o músculo é comprimido contra o osso. A região fica inchada e vermelha, depois fica arroxeada.
Procedimentos:
No entorse acontece a torção dos ossos de uma articulação, com ou sem rompimento dos ligamentos.
As luxações também ocorrem nas articulações. Os ossos da articulação saem do lugar, provocando muita dor, inchaço e dificuldade nos movimentos.
Procedimentos:
Tente colocar a parte afetada em sua posição natural, sem forçar ou provocar dor.
Aplique gelo ou compressas de água fria.
Imobilize a região afetada com material rígido ou bandagem (imobilização com atadura).
A bandagem é o curativo com faixas de pano limpo ou ataduras. Podem ser usadas para prender um curativo, para imobilizar uma parte do corpo ou para fazer uma tipoia.
Procedimentos:
A região deve estar limpa e os músculos relaxados.
Comece a enfaixar da extremidade para o centro (exemplo, das pontas dos dedos para o meio).
Enfaixe da esquerda para a direita.
Convulsões são contrações musculares involuntárias e descontroladas em todo o corpo. Quando está em convulsão, a vítima perde a consciência.
Sintomas:
Contrações musculares, especialmente nos maxilares.
Lábios azulados ou arroxeados.
Respiração curta, rápida e irregular.
Salivação em excesso (a vítima pode espumar pela boca).
Procedimentos:
Afaste os objetos que possam machucá-la.
Apoie e proteja a cabeça da vítima para evitar traumas.
Coloque a cabeça da vítima de lado, permitindo o escoamento da saliva.
Afrouxe as roupas no pescoço, peito e cintura.
Mantenha-se calmo e acalme quem assiste à crise.
Permaneça junto à vítima até o final da crise.
Ofereça ajuda para que ela possa retornar para casa ou ligar para um familiar.
Se em 5 minutos a vítima não melhorar, acione o socorro especializado ou procure um médico.
Procedimentos:
Não tente conter os movimentos da vítima e nem segurar a sua cabeça.
Não enfie nada na boca da vítima e nem tente puxar a língua da vítima.
Não ofereça líquido à vítima.
Não tente acordá-la ou colocá-la de pé.
Um desmaio é a perda súbita dos sentidos.
Sintomas:
Procedimentos:
Para evitar um desmaio, sente a vítima com o corpo curvado para frente.
Coloque a cabeça dela entre as pernas.
Peça que ela respire profundamente.
Não dê nada para a vítima ingerir.
O transporte da vítima deverá ser feito apenas se não tiver sido possível acionar o resgate profissional ou se o acesso ao local for difícil, impossibilitando que o socorro chegue rápido até o local.
Se for necessário transportar a vítima, utilize uma maca ou qualquer outro material que permita a imobilização total da vítima.
A maca pode ser improvisada com uma tábua ou com o encosto do banco traseiro. Também é possível fazer uma maca com um cobertor dobrado ou duas camisas com duas varas:
Tente minimizar ao máximo os movimentos com a vítima, se possível use a ajuda de outras pessoas. O método mais indicado para colocá-la na maca é com 3 ou 4 pessoas.
Nunca carregue a vítima pelas extremidades (braços e pernas), nem deixe sua cabeça ficar pendurada.
Caso a vítima tenha que ser arrastada, faça no sentido do comprimento, nunca a arraste pelo lado.
Prenda o corpo da vítima em pelo menos 5 pontos, sempre acolchoando as regiões de contato para evitar o desconforto: testa, tórax, quadril, joelho e tornozelo.
Na maca, coloque a vítima na posição mais confortável para ela.
Existem outros métodos para transportar a vítima quando não há muitas pessoas para ajudar (veja abaixo).
Pegar a vítima por trás, debaixo das axilas, amparando a cabeça contra o peito. As pernas deverão ser arrastadas.
Pode ser feita com uma cadeira ou com os braços de 2 pessoas entrelaçados.
Recomendada para situações de desmaio e quando a vítima não tem suspeita de lesão na coluna ou fratura nos membros inferiores.
Também é recomendada para situações de desmaio, sem lesões na coluna.
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